Um Ser em outro Ser
Meus cantos são teus
Os versos são meus
os sentimentos também
que faço uns versos bem
Que faço o ano inteiro
vou de janeiro a janeiro
e nunca digo o que sei
de como passei a vida
só digo aqui mais ninguém
poeta um ser estranho
Esquisito, meu bem
que a uns ganha
outros se desencantam
Onde uns vão, eles não
A solidão é matéria prima
Prima-irmã da poesia, primazia
Faço prosa e verso contexto
Porque faço protesto atesto
Se ninguém vai vou mesmo assim
Se muitos voltam eu ainda não
Assim troco o objeto concreto
Pela razão do coração aberto
Troco o concreto pelo abstrato
Fico à beira da loucura, ideal
tão essencial , tão anormal
Pensamento igual, desigual
Tem hora que extrapola
Outro o poeta exagera
Em um momento defende
Outro ofende e mata
De tanta palavrAção
Que grito na emoção
Meu verso, sim senhor
Fala com muito ardor
Dos sentimentos indecisos
De outros um tanto precisos
Para sustentar a atenção
Do leitor até o fim
Não basta só verso saber
Mas tocar o coração
Daquele que seus versos ler
Tem que ser interessante
Falar de algo degradante
Mas com muita razão de ser
Queria ter a maestria
Escrever com desapego
Criar um verso maneiro
Que tenha categoria...
Fátima Sá Sarmento
Enviado por Fátima Sá Sarmento em 24/08/2020
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